sexta-feira, 28 de agosto de 2009

LÍNGUA PORTUGUESA vs CIÊNCIAS EXATAS -> 1º round


Uma Ciência Inexata- Ítalo Mello -3ºB

Eu e a Língua Portuguesa nunca nos demos muito bem. Sempre gostei dos meus números. Minha Física, minha Matemática... Tantas letras daquela outra simplesmente não me agradam.

Algo que não entendo é como podem chamá-la de Ciência. Que seja uma Ciência Humana, mas ainda assim! Onde estão os resultados absolutos¿ A precisão¿ Não existem. Há apenas interpretações relativas, respostas prováveis, que podem até se aproximarem todas de um único resultado, mas nunca com exatidão. A Gramática, que talvez fosse a parte que considerava mais exata dessa suposta “Ciência”, agora me decepciona ao passar por uma nova reforma.

Que absurdo é esse? Uma reforma em uma Ciência. A absoluta e soberana Matemática não passa por isso. Talvez algumas atualizações, mas só para completar a sua perfeição. Agora, a Gramática... Dizem que a reforma seria um meio de unificar a Língua, mas os próprios acadêmicos (responsáveis pela reforma) estão em duvida quanto aos seus vocábulos, e soltam erratas para corrigir o que já foi corrigido uma vez (ou mais).

Até mesmo agora, escrevendo, tenho receio de que tirem o acento agudo do meu “até”, me ridicularizando diante do leitor. Não posso nem garantir se o resto do texto que escrevi está certo ou não. E nunca poderei. Devo ficar apenas com a incerteza de uma ciência inexata. E, com isso, volto aos meus números.

Ítalo Mello -nº10 -3ºB




Ser exato ou ser humano? - Raquel Murad- 3ºB

A Língua Portuguesa é usada, pelos mais variados seres, como forma de expressão. Porém, não são todos que a admiram. Muitas cabeças preferem lidar com os enigmas racionais das ciências exatas, e se veem muito mais avançados do que os que gostam de lutar com as palavras. Essa disputa entre os opostos é acirradíssima, e vale a pena constatar qual lado da balança é o mais relevante.

Lidar com palavras está totalmente relacionado com a comunicação. E para haver essa comunicação é necessário expressar-se e entender os aspectos filosóficos que compõem tal expressão. Por isso, lidar com a linguagem é também um desafio para a complexidade das mentes, pois filosoficamente duas cabeças não calculam um mesmo resultado.

Aqui vemos que o Português nada tem de previsível, e as exatas, por sua vez, levam todos a um resultado comum. Que graça há no previsível¿ Que graça há em saber o que qualquer um poderá calcular¿ O que de fato avança o pensamento é compreender atitudes incalculáveis e expressá-las através das palavras.

A Língua Portuguesa pode existir sem um mínimo de exatas, mas as exatas dependem de palavras para serem compreendidas. Afinal, não se pode calcular a altura de um edifício se não soubermos a que ser se refere tal substantivo. Nunca saberemos o resultado de “um mais um”, se não significarmos a palavra “equidade”, pois matematicamente é dois, mas filosoficamente pode ser um.

Exatidão por si só não leva ninguém a ser humano, pois a interação entre pessoas depende de uma forma de expressão e de entendimento alheio, e não somente de números e conceitos lógicos. Bela, complexa e majestosa, a Língua Portuguesa constitui-se de palavras, contextualidades e emoções, e são tais que nos levam a ser humanos!

Raquel Murad -nº27 – 3ºB